quinta-feira, 5 de abril de 2012

O CANDELABRO (SURREAL)





Sempre hesitava diante daquele candelabro
Suas cinco velas acesas ornamentavam imenso salão.
Refletiam sombras nas paredes, de corpos que jaziam ausentes.
Sem nenhum comando, eram chamas que reluziam e apagavam-se.
Ela sabia. Mas não queria se convencer. Não aceitava a realidade...
Teimava na esperança, que um dia tudo iria se converter!


Eram em certas datas, durante o silêncio da madrugada.
Onde ela podia ouvir nítidos gemidos ecoando nos ambientes.
E na fresta, por debaixo da porta de seu quarto.
Alguém passava lentamente, sob a luz de velas.
Batendo três, sonoros e compassados, toques.
A atemorizar o instinto, arquivado, dela.


Relutava em acreditar naquilo que estava evidente.
Mas,
...Certa noite, retornou à capela do cemitério de seu casarão.
Onde alguns, de sua família foram velados. Mortos pela santa inquisição.
Ironia do destino. Justamente aquela imagem da cruz, era que lhe negava a luz!
Relutante, devolveu o candelabro ao orgulhoso altar.
Continuaria temendo a escuridão onde não se acostumara.
Tentara, mas não conseguira. Nas trevas novamente diluíra!








Mônica Pamplona,
31/03/2012

4 comentários:

  1. Sinistro Moniquinha!Eu não teria coragem de mexer nesse candelabro!!!Muito bom! Gostei de ler!!
    Bjokassss

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  2. Esse espirito deve vagar sem saber que ja morreu, que horror!!!Bjossss

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  3. Ficou perfeito agora Moniquinha!!!

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  4. CANDELABRO (SURREAL)é um belo poema de temática pouco aflorada em poesia mas que traduz uma realidade que muitos não querem acreditar porque se recusam a pensar...

    Os espíritos existem enquanto seres não carnais e imortais.

    Muitos já se aperceberam disso, viveram esse conhecimento, essa experiência e depois o negam...
    Eu não entendo... porquê.

    Eu já senti e vivi algumas experiências tais como alguns meus familiares.

    Por isso este poema que parece transmitir medo e terror, sentimentos tétricos, não transmite mais que a realidade em que muitos teimam ocultar, aqui descrita com verdadeira arte.
    Parabéns Mônica!
    ZCH

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