terça-feira, 29 de março de 2011

LAMENTO DE UM POETA

O poeta chora seu desânimo
Em lágrimas de lamento espontâneo
Rascunha, pesquisa,
Corrige,...
Durante o lapidar de sua criação

/Mas quem apreciará?/

Digitais de sentimentos
Em letras, versos, crônicas,... Tanto faz
Transverte-se em inspiração
Em comovente sintonia perspicaz


 /Sem conseguir publicar/

As palavras criam vida em suas linhas
Amiúde, _ soam como diferentes _
Sentimento em interjeição
Arrazoando nas entrelinhas
Sobressaindo-se, são e salvo de sua coação.

/mas alguém sentirá?/

Esbarrando em burocracias,
e diversos “nãos”
Suas obras sem poder promulgar
Mas não consegue aposentar sua pena
E tenta, tenta,...
E escreve, compõe,... Assim se completa!
Exercita-se sem poder editar
Nessa maratona de ser mais um atleta _ /poeta/

/Sem nem ele mesmo mais acreditar/


                      Mônica Pamplona.

sábado, 26 de março de 2011

VIDA SAUDÁVEL

Sempre foi regrado. Não bebia, não fumava, economizava sexo, dormia e acordava cedo. Nem pensar em uma aventura.
Aos 80 anos. Descobriu que jamais viveu!

                                                        Mônica Pamplona

MEU DIÁRIO (TALENTAL)

Quando foi que te esqueci?

Em todos esses anos juntos
Somente a ti eu me despi.

Se em todas as glórias e lutos
 Em tuas linhas, quaisquer.
Era onde me abrigava.

Encontro-te, numa gaveta, sequer.
Tuas laudas já amareladas
Jazes agora solitário
Pelas páginas virtualizadas

Transformadas em meu diário.
Somente tu conténs o meu chip de memória
Originais de legitima caligrafia
Saudosos escritos que na história
Convertidos em arquivos de minha antologia.

       Mônica Pamplona.

segunda-feira, 14 de março de 2011

POESIA ( HOMENAGEM AO DIA DA POESIA 14/03)


Ponte que transcende a imaginação
Inova-se a cada composição de um poeta
Sentimentos pairam e desfilam sem distinção
Parindo assim, _mais um poema que se completa_

Fundem-se palavras, letras, em alquimia.
Santuário de abstratos tomando forma e cor.
Sentidos formando inigualável heresia.
Em rimas escritas de tamanho sensor.

Soberbo, bem poderia ser cada verso.
No enlevo que se dispõe em sentimento.
Destacando-se em suas linhas emerso

Com encantos e deslumbres que se aprazia.
Preenche e satisfaz a todos com seu intento.
Sem desvincular-se do seio da mãe poesia.

       Mônica Pamplona.

quinta-feira, 10 de março de 2011

APENAS EU


                                          APENAS EU

Se quiseres saber como sou
Adentra em minhas linhas
E não repara
O enlevo que aqui consiste
Faz parte das veredas de minha seara.

Que em forma física lhes apresento
Alguns dos meus poucos detalhes
Discreteando minha aparência
Mas não esperem pelos meus males.

Sou de olhos claros e expressivos
Que combinam com sorriso farto e transparente
Pele na tonalidade, d’um leve marrom.
Destacando-se quando bronzeada
Na realeza do meu batom.

Cabeleira lisa e lustrosa
Sem precisão de /muito/ artifícios
Onde a prata - /há de convir/
O tempo impregna
E eu teimo em colorir.

Não mais trago,
o delinear esculpido em minhas curvas
Se assim o fosse
Não seria EU, _no exato_
Em minhas décadas de estações
Não suportaria viver em função desse artefato.

/Os felinos que me perdoem/
Mas não sou muito de apreciá-los
Coincidem com meus trejeitos
Ora esperta e audaz feito uma leoa
Ora dengosa, ou em espreita.
Com a preguiça de uma sonata
Sempre a roçar àqueles que amo
/carinhos/
Tal qual, feito uma gata.

Não abro mão da elegância
Em comportamento e vestuário
Capricho no que me prouver
 _O apuro da dama encontra-se
Em saber ser mulher. _

Ainda agrada-me meu reflexo no espelho
Os poucos sinais da idade
Apenas delatam um amadurecimento
Espontâneo e cristalino em minha face
Pois acredito que o tempo distribui
Seu quinhão do momento
Entre a mulher que sou
E a menina em sentimento.
                                                                    

                                  Mônica Pamplona.

segunda-feira, 7 de março de 2011

DOCE NOSTALGIA

            
        

        A casa de minha infância. Tinha paredes de magia.
        Um jardim com aroma delicado. E um quintal imenso, sombreado pelas árvores.

        Portas e janelas, não havia trancas. Pois não se fazia questão de sair.

        Vivia-se em plena segurança. Em volta d’um amor que mal cabia ali.

         Uma saborosa cozinha. Que emanava seu cheiro suculento. Desafiando nosso fastio. A deixar-nos sem argumento.

          Irreverentes travessuras, de três meninas pequeninas. Rodeadas de amor e cuidados.
Indiferentes a tamanho zelo. Apenas a desfrutar
da fantasia em que viviam. Alheias a qualquer atropelo.

         Mas as crianças cresceram. O mundo de magia aboliu-se!

          A principio foi difícil. Desprender-se de tanto amor e proteção.

         Feito um sonho bonito, que se perde no tempo ao despertar.

         Sutilmente, enveredo veredas da vida. Espalhando essa semente que carrego no peito.

          Deliberadamente aprecio essa nostalgia. Que me permite plantar e colher esses antigos sentimentos que nunca esqueço.

                                          Mônica Pamplona.

        




AMOR E FLOR

AMOR E FLOR


                            Despetala minhas vestes
   Com sabor de bem-me-quer
Acaricia-me,
caliente,
delicadamente.
Inala meu odor
Em minha pétala
 /feito flor/

Busca-me com tua boca
Molha-me,lambusa-me
Absorverei gota a gota.
                                        

                                    Mônica Pamplona.          


domingo, 6 de março de 2011

ÍMPIA ENTREGA

                         
Desfruta-me em teu altar
Arrebata-me com gana
Satura-me em beijos
Eu - viço em tua cama

Sacrossanto ritual
Satisfaz meu corpo
Êxtase em carícias
Prazer - Gozo!

 Ímpia entrega 
Seres sem comando
Paixão que conduz.
                        Lençóis em cetim
Esparramados ao leito
Heresia inflama 

Saciada
Cobiçada dama.
                              
                                             Mônica Pamplona.



                                                   


sábado, 5 de março de 2011

CERTO OU ERRADO?

                              Tua pele,
tem o sabor do pecado
Fonte que expele.
O certo do errado

Imensurável atração
Instiga o incorreto
Nossos corpos em colisão
Desfigura o que é certo

Essência do prazer
Nós dois desgovernados
Instintos a obedecer
Desatino do errado

Anseio em ebulição,
/órgãos excitados/
Alegoria – sedução –
Entre - certo ou errado.

                          Mônica Pamplona.



quinta-feira, 3 de março de 2011

AMANTES BANAIS (TROVA)

POSSESSÃO SEXUAL

Teus sonoros “ais” não mentem
Entregam o prazer que sentes comigo na cama.
Por mais que digas que “não”
Teus impulsos másculos
Saltam rígidos ao tocar-me.

Tentar evitar, não é a solução.
Sou a mulher que imaginas
Tuas fantasias são minhas orgias
Que invento para nos saciar

Sou o mistério que aprecias
Na penumbra de teus desejos
Invocando a possessão do sexo
Que emana do nosso mais profundo sentir

Domino-te em minha entranha
/Lubrificada, aquecida/
Exubera-te ao meu contorcer de prazer
Ápice supremo em gozo
/Inútil tentar descrever/

Portanto não clames palavras em vão
Se logo em seguida me tentas
Regozijas em tesão
 Pelo animal que és
-Homem –
Sou uma de tuas costelas
Que se alimenta do teu sémen
Tua fêmea com cio de cadela.

A cobiçar teu corpo
Sem tolher e sem censura
Apenas deixando fluir
O deleite que consome um e outro
  /Não havendo como nos distinguir/.


                    Mônica Pamplona.