quinta-feira, 30 de junho de 2011

A HORA DO DESESPERO


Diante daquele corpo ensangüentado o desespero rondava seu ser. Aquele sangue derramado seria o motivo de sua separação com sua amada e linda esposa. Pois ela o havia avisado que temia que eles se encontrassem.

Tentou limpar da melhor forma possível, para eliminar as evidências. Mas o vermelho persistia nas paredes, no chão e nas portas do corredor.

Não sabia mais o que fazer para acalmar-se. Por alguns instantes enterrou o rosto nas mãos e ficou ali parado, como se esperasse por um milagre, e quando tivesse que olhar novamente nada daquilo havia acontecido.

Mas tudo em vão. A desordem e o cenário de terror continuavam a desacatá-lo.

Sem mais saída, levantou-se, pegou o telefone e ligou para o celular de sua mulher.

_Alô querida. Será que d. Maroca poderia vir fazer uma faxina agora em nossa casa?
_Não, não bebi com meus amigos aqui
_É que... Bem, aconteceu um imprevisto.
  Encheu-se de coragem e foi falando.. 
_ Sabe, o Lulu?... 
_É, o Lúcifer, meu Pit Bull. 
_Pois é, ele... 
_Assassinou o seu Puldoo.



Mônica Pamplona.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O PRETO QUE SATISFAZ (série mulher IV)

Casual ou sofisticado
Sua irreverência agrada às mulheres.
Ajusta-se confortavelmente,
Independente de qualquer ocasião
Adere de forma bastante eloqüente.

 Torturante dúvida que se apossa
No íntimo femíneo real
Escolher adorno primoroso carnal
Mas vence o elemento trifásico
Do sedutor, elegante e charmoso
Vestidinho preto básico.

Sem demasia pretensão
Abriga e registra cada impressão digital
Destacando ao masculino o prazer
Da sensualidade em exibição
Acolhendo o que homem deseja ver.



                           
Mônica Pamplona.
                          


domingo, 26 de junho de 2011

PERFÍDIA



Repouso meu momento de dor

Por um anjo agora já esconjurado!

Feito alucinado apunhalou-me às costas

Certeiro golpe, em minha direção

Aflorando meus olhos em lágrimas

No pranto de lamento dessa decepção.



Beijas-me à face em cumprimento

Dou-te a outra, /face/, em traição

Sentindo o flagelo de falso sentimento

Ousando esgueirar-se em tão pobre criatura

Que levita em despojado orgulho

Consumido por sua própria loucura



Professa dor jamais esperada

Atingida pelas costas,

/Mas meu peito dói também/

Não cederei à vingança

Preservarei minha fidelidade

Pois o veneno que te consome

Apenas feriu, quem a ti tem tanta amizade.




Mônica Pamplona.

26/06/2011












quarta-feira, 22 de junho de 2011

CABARÉ

 
CABARÉ


Inebriante odor de prosaico perfume
Emaranha-se com a fumaça de cigarros
Entre um gole ou outro qualquer
Na penumbra que disfarça alguns algozes
Enveredando na luz escura de um cabaré.

Faces distorcidas pela alegria
Refletidas em espelhos sem couvert
Inebriando imagens, _ /todas parecidas/
Performance das paredes do cabaré.

Bocas ávidas, com beijos quentes, desconhecidos
Aliciam aos passos de um bolero
Revertidos em imagem de seminua mulher
Reserva a intimidade de um desconhecido
Que se excita no salão de um cabaré.

Corpos ardentes a gargalhar
Em místico ritual vulgar e de sedução
Carícias com sabor, de um pecado qualquer
Extremo consumo de libidinação
Revela-se em demasia, no refúgio do cabaré.

Domínio que consome à luxúria
Bebidos em falsos whiskys com guaraná
Enredos de vidas que prouver
Adquiridos, _ ao menos por uma noite
Nas fantasias que acolhe aquele cabaré.


Mônica Pamplona.
22/06/2011





segunda-feira, 13 de junho de 2011

ETERNOS NAMORADOS


Percebo surpresa, que notas meu novo vestido.
Com o olhar meio de soslaio, e seus queixumes.
Deixando, assim, meio que subentendido.
Um doce veneno de seus ciúmes.

Teu olhar ainda vislumbra minha beleza.
Inquieta, deixa-me repleta de emoção.
Ainda és o mesmo cavalheiro que com gentileza.
Acorda-me aos beijos exalados de paixão.

Caminhamos lado a lado, ainda de mãos dadas.
O tempo não denegriu o nosso amor.
Ainda pouso a cabeça em teu peito postada.

A ouvir-te declamar meus poemas a ti dedicados
Dizendo-me baixinho, _ Te amo _ com fulgor.
E nos amamos como dois eternos namorados.


Mônica Pamplona.


NO LIMITE


A cozinha bem asseada,
Panelas lavadas, geladeira só com água.
E o lustroso fogão sem gás.

Sai correndo, sempre atrasado.
Para disputar um lotação lotado.
Mesmo acordando no horário.
/Cinco da matina/
 Começa a guerra, já cansado.

Tantas contas já vencidas
/ Os impostos lhe consomem /
Prestações de “trocentas” vezes.
Aluguel, escola, telefone,...
É assim todos os meses!

Tenta sorrir nos finais de semana.
Para com a família desfrutar.
Até no lazer é feita a troca.
Em vez de sair para descontrair.
Um filme com suco de envelope e pipoca.

E ainda agradece a Deus pela saúde de todos.
/ Depender do governo é suicida /
Por ter companhia de tão boa pessoa
Submissa, _ Sempre o estar a esperar.
Deita-se, e faz amor com sua patroa.

Estourado o cartão de crédito
Só resta-lhe fazer algum empréstimo
Talvez assim consiga algum dinheiro
Pois assim vive-se nesse limite
Todo nato e bom brasileiro.

    Mônica Pamplona.




quarta-feira, 8 de junho de 2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A MÉDIUM


Nefasto destino despontava em sua mira
Em busca de uma saída, buscou a religião.
Mas não caberia ali, toda a verdade.
De uma missão imposta,
 /sabe-se lá por quem!/
De uma grande e misteriosa mediunidade.

Seres e vozes a conturbar sua existência
Espíritos a incorporar em sua carne
Violando a lei natural de uma vida
Entre curas, premonições,...
E o medo,
 de sentir-se possuída!

Entidades negras a espreita
Rondando, feito réptil, aquele campo magnético.
Ansiando por um descuido de seus protetores
Ou um piscar de suas luzes reluzentes
Para a passagem de espíritos contraventores.

Espectro,
em todos os lugares os via.
Desde os que, por aqui já viveram.
Até os encantados de mares, matas, rios...
Em uma ciranda sem fim
Sem doutrina,
lhe apossou esse poder doentio!

Sabia que não venceria o sobrenatural
Fortaleceu-se depois de muitos, trabalhos e desmanches.
Porém sua matéria já não respondia ao seu comando
E feito explosão de pólvora, vieram avisar-lhe.
Era chegada a hora de juntar-se ao bando.

Mônica Pamplona.