quinta-feira, 10 de março de 2011

APENAS EU


                                          APENAS EU

Se quiseres saber como sou
Adentra em minhas linhas
E não repara
O enlevo que aqui consiste
Faz parte das veredas de minha seara.

Que em forma física lhes apresento
Alguns dos meus poucos detalhes
Discreteando minha aparência
Mas não esperem pelos meus males.

Sou de olhos claros e expressivos
Que combinam com sorriso farto e transparente
Pele na tonalidade, d’um leve marrom.
Destacando-se quando bronzeada
Na realeza do meu batom.

Cabeleira lisa e lustrosa
Sem precisão de /muito/ artifícios
Onde a prata - /há de convir/
O tempo impregna
E eu teimo em colorir.

Não mais trago,
o delinear esculpido em minhas curvas
Se assim o fosse
Não seria EU, _no exato_
Em minhas décadas de estações
Não suportaria viver em função desse artefato.

/Os felinos que me perdoem/
Mas não sou muito de apreciá-los
Coincidem com meus trejeitos
Ora esperta e audaz feito uma leoa
Ora dengosa, ou em espreita.
Com a preguiça de uma sonata
Sempre a roçar àqueles que amo
/carinhos/
Tal qual, feito uma gata.

Não abro mão da elegância
Em comportamento e vestuário
Capricho no que me prouver
 _O apuro da dama encontra-se
Em saber ser mulher. _

Ainda agrada-me meu reflexo no espelho
Os poucos sinais da idade
Apenas delatam um amadurecimento
Espontâneo e cristalino em minha face
Pois acredito que o tempo distribui
Seu quinhão do momento
Entre a mulher que sou
E a menina em sentimento.
                                                                    

                                  Mônica Pamplona.

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